terça-feira, 24 de agosto de 2010

Inferno Astral, será????

Dizem os que se dizem entendidos no assunto que inferno astral é o período de 30 dias que antecede a data do aniversário da pessoa. Até aí tudo bem, a gente fica meio deprimido quando lembra que está ficando velho (a), normalmente nos dias que antecedem nosso aniversário ficamos pensativos e, o que mais passa em nossas mentes é: Será que alguém vai lembrar?
Enfim, por que eu estou escrevendo isso hoje, quase três meses depois de meu aniversário? Simples, domingo definitivamente não foi o meu dia... sabe aqueles dias em que nada dá certo? Você sai de casa no horário, mas teu ônibus resolve sair adiantado, você resolve colocar uma roupa demais leve, de repente esfria ou vice-versa, enfim, vou parar de encher lingüiça e contar logo sobre meu fatídico domingo.
Pela manhã, tive uma reunião. Resolvi ir com um sapato lindo que eu havia comprado no dia anterior. Mas como todo sapato ou é lindo ou é confortável você já pode imaginar o que aconteceu né? Ainda bem que sou previnida e levei um par de havaianas na bolsa. Sim, o sapato não fugiu à regra e acabou com meus pés, especificamente com meus calcanhares, que ficaram em carne viva. Voltei pra casa, almocei e, mais tarde, a Sabrina me convidou para irmos ao Largo da Ordem tomar um chopp e colocar a conversa em dia. Pensei: tive uma manhã daquelas, vai ser bom espairecer (e esquecer o pé machucado). Coloquei um tamanco muito confortável (para não fugir à regra não muito bonito, já que era confortável).
Assim que cheguei no centro da cidade, em plena Praça Carlos Gomes adivinha o que me aconteceu? O tamanco arrebentou, fiquei descalça no centro da cidade em pleno domingo à tarde. Minha sorte foi que as Lojas Americanas ficam abertas também aos domingos e tinha uma do outro lado da rua (Adoro a Lojas Americanas), atravessei a Praça, a Rua e entrei pelos corredores da loja com os pés no chão e o tamanco arrebentado na mão, fui direto na arara das sandálias, comprei uma rasteirinha (dessas de plástico da Ipanema) com uma tira no calcanhar (graças a Deus a tira ficava abaixo do machucado que o outro sapato me fez (aquele sapato bonito do qual falei antes). Passei no caixa, paguei e já coloquei nos pés ante os olhos de pena ou de zoação de quem mais estava na loja.
Você deve estar pensando, quen não passou por uma situação dessas? Não sei de você, mas eu já passei por, pelo menos, três vezes (o que já faz de mim uma expert no assunto). Mas essas três vezes não me foram suficientes para aprender a lição (sapato ou é bonito ou é confortável) e, mais uma vez, escolhi o mais bonitinho.
Encontrei com a Sabrina em frente à Catedral e fomos para o Largo. Chegamos no bar que escolhemos, pedimos uma mesa, uma cerveja, uma porção e ficamos conversando. Pedimos a segunda cerveja e, quando fui servir o último golinho da garrafa, a garrafa tentou o suicídio. Pulou daquela "casquinha" que a mantém gelada, bateu na outra garrafa vazia e no copo levando-os junto consigo para o chão de paralelepípedo do Largo da Ordem. A garrafa se foi, levando consigo o copo e meu anonimato. Assim que todos ouvimos o barulho de vidro quebrando, gritei da minha mesa TRUCO!, graças a Deus o rapaz da mesa ao lado se compadeceu de minha situação, entrou na brincadeira, e gritou SEIS! Assim que o garçon chegou, tratei logo de pedir-lhe informações referentes ao buraco mais próximo, no qual eu poderia enfiar minha cabeça e me esconder. Graças a isso, as pessoas do bar agora estavam rindo comigo e não de mim (Há uma grande diferença entre uma coisa e outra, a segunda opção seria constrangedora).
Continuamos mais um tempo no bar, conversamos com algumas pessoas, até que resolvemos vir embora. Mas antes, deixamos boa parte das pessoas olhando pra cima, quando resolvemos (junto com alguns colegas da faculdade) ficar discutindo sobre as estrelas do céu e mostrá-las uns para os outros (como o povo é curioso...). Quando finalmente fomos embora, pegar nossos ônibus na Praça Rui Barbosa percebi que, aquela rasteirinha, bonitinha e que não pegava no calcanhar que eu havia comprado fez bolhas no vão dos meus dedos. Depois disso, dei graças a Deus que o domingo estava no fim, não faltava mais nada pra acontecer com meus pés ou comigo, pois já tive dor e constrangimento suficientes para até 2014.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Neve

Desde que eu era criança ouvi as histórias dos mais velhos falando sobre o dia que nevou em Curitiba. Lembro que, sempre que estava muito frio, eu perguntava pra minha mãe: "será que vai nevar?" Como eu queria brincar de fazer boneco de neve, sentir os flocos caindo... eu ia a cada 15 ou 20 minutos até a janela ver se já estava nevando.
Hoje, me peguei fazendo a mesma coisa, tamanho frio nessa cidade... foi legal relembrar essa época em que, tudo o que eu queria era saber se ia nevar em Curitiba de novo... além de olhar pela janela, fiz a mesma coisa que fazia anos atrás, perguntei pra minha mãe: Será que esse ano vai nevar aqui em Curitiba. Confesso que essa pergunta não foi somente carregada da vontade de ver neve, mas também veio uma extrema preocupação com aquelas pessoas que moram nas ruas ou em comunidades carentes. Pra mim é fácil, coloco mais agasalho, fico debaixo das cobertas... sei que ficar pensando somente no sofrimento dos outros não faz muita diferença para eles, mas creio que faça de mim uma pessoa um pouco melhor, mais agradecida a tudo o que tenho, que me foi dado e conquistado...
Mas, se nevar, certamente vou tirar muitas fotos e postá-las aqui... Por enquanto, vou postar umas fotos de uma geada que teve ano passado.



domingo, 1 de agosto de 2010

Domingo


Quando eu era criança, domingo era o dia mais esperado, pois era o dia em que eu encontraria meus primos na casa da vó e passaríamos o dia brincando... Reuniam-se os primos de perto e os de longe, adorávamos fingir que éramos os personagens de nossas novelas preferidas...
Domingo era dia de assistir "qual é a música", "Domingo no parque", o "Programa Silvio Santos". Entre uma brincadeira e outra descansávamos em frente à TV. Domingo era dia de ir ao Zoológico, ao Parque Alvorada andar de roda gigante, ao aeroporto ver os aviões chegando e saindo, tomar sorvete na sorveteria Rota do Avião, ou ir pescar lambari com a família... como era gostoso o domingo...
A impressão que tenho hoje é que o domingo passou a ser só mais um dia da semana, a correria do dia-a-dia é tanta que quando chega o final de semana, especialmente o domingo, acabamos passando o dia todo em frente à TV assistindo a programas que, na maioria das vezes, não gostamos, perdendo nosso tempo, ou como dizia Raul Seixas: sentados "no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar".
Quando nos damos conta do tédio que nos devora, já é tarde para querer fazer qualquer programa diferenciado, porque no dia seguinte temos que acordar cedo para trabalhar. Aí dizemos para nós mesmos: domingo que vem farei algo diferente, vou à feirinha ou ao parque... mas... a semana passa , chega novamente domingo... e... surpresa: fazemos exatamente a mesma coisa. Nada!
Por que estou falando sobre isso hoje? Porque deixei pra fazer algo diferente hoje, ir a um parque, passear ao ar livre e... voilà: amanheceu chovendo.... é muita sorte a minha...